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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vai uma graxa aí moço? Me compra um bombom para me ajudar moça?






V
ivemos em um país que é injusto e as pessoas não têm as mesmas oportunidades, e a sociedade não trata todos da mesma forma, no entanto, entre as pessoas mais necessitadas existe gente honesta, gente que tem bagagem para ensinar a pessoas de alto escalão do governo que só têm o trabalho de permanecer no berço de ouro em que já nasceram.

            Uma vez eu estava em um supermercado em Brasília e um rapaz branquinho com uma daquelas caixas de engraxate se aproximou de mim e perguntou: “Moço, o senhor pode me ajudar a comprar graxa?”,  ele deveria ter em média uns 13 ou 14 anos, eu olhei o rapaz, perguntei a ele quanto custava mais ou menos uma latinha de graxa, ele me falou, peguei um dinheiro que estava no bolso no valor maior do que ele me sobre preço e não discuti, entreguei a ele, pois no meu entender ele estava trabalhando honestamente para ganhar uns trocados, por curiosidade, depois que ele saiu, eu fui ver quanto custava uma latinha, e o dinheiro que eu havia dado a ele dava para comprar umas duas e sobrariam uns poucos centavos, eu satisfiz minha curiosidade. Como todos os caixas estavam com uma fila, eu o encontrei em uma delas em um  dos caixas, mas em nenhum momento eu estava perseguindo ele, foi tudo natural mesmo, e para minha surpresa, ele não ficou com o dinheiro restante, comprou exatamente duas latinhas. A minha intenção era de ajudar um pouquinho mais a ele, mas ele foi honesto além da conta.

            Quem mora em Brasília conhece a rodoviária do Plano Piloto, a rodoviária fica no centro de Brasília, perto do Setor Comercial, Esplanada dos Ministérios, etc., lá tem umas lojas que vendem doces, eu de vez em quando dou uma passadinha lá para comprar amendoim, eu comprava lá porque era mais barato. Enquanto eu estava procurando, um garoto escurinho, que não deveria ter mais de 10 anos de idade, na verdade poderia ser até menos que isto, sem nenhum pudor me pediu:  “Moço, o senhor poderia comprar uma caixa de bombom para, mim? É para eu vender”. Lá na rodoviária se encontram crianças cheirando cola, e eu sou avesso a uso de drogas, mas confiei no garoto, mas da mesma forma que fiz com o rapaz do supermercado, eu dei dinheiro a mais para o garotinho, era para ficar com ele, mas o que ele fez foi ir até o caixa, comprar a caixa de bombom e voltou para o meu lado e disse: “Moço, aqui está o seu troco”, eu disse: “Não, não era para você me dar o troco, isto era para você”, então ele saiu todo contente da loja.

            Eu não sou bonzinho, mas eu não consigo ficar sem ajudar quem me pede desde que eu perceba de alguma forma a real necessidade, é claro que nem sempre acontece de eu ter dinheiro no bolso, então eu digo a verdade, mas se tiver eu dou, não reprimo ninguém que não faça o mesmo, pois cada cabeça uma sentença, mas o importante em tudo isto é notar que tem pessoas, até mesmo crianças, que possuem uma dignidade que vai além da condição de pobreza. Brasília é considerada como uma cidade com o padrão de vida de primeiro mundo, mas no Natal acontece uma migração temporária, pois as pessoas vêm para cá de locais mais pobres,  normalmente de Goiás, da Bahia e de Minas Gerais, somente para pedir, e o brasiliense em geral tem bom coração. Até tentaram impedir esta migração, mas o governo sempre preferiu não reprimir, aqui qualquer pessoa que não tenha dinheiro para voltar para sua terra Natal pode conseguir nos centros de apoio e existem programas de assistência a moradores de rua que aqui fora da época de final de ano, são raros, então isto facilita esta migração, mas não estou de forma nenhuma reclamando disto.

            É claro que nem todos os pedintes são honestos, aqui já vi mais de uma reportagem de gente que chega bem vestida em algum lugar, dá um jeito de trocar de roupa, fingir que tem algum problema físico, e ser um pedinte profissional, mas como separar o honesto do desonesto? Desconfiando de todo mundo?  Acho que isto no meu caso não é opção, mas repito; respeito a opinião dos outros, mas meu respeito por quem pede na rua, ou para quem tem dificuldades a ponto de pedir, me impede de cometer injustiças, me impede de agir com preconceito, eu prefiro neste caso ser enganado por um pedinte do que por um político.
Segue abaixo uma reportagem sobre o que eu disse:

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